terça-feira, 2 de março de 2010

Jaime Lobo e Silva

Nasceu na Ericeira a 9 de Novembro de 1875.
Frequentou a Escola Oficial onde aos treze anos fez exame final das disciplinas do Curso Elementar de Instrução Primária com a classificação de Bom.
Em 6 de Maio de 1895 assentou praça militar para servir por 12 anos, alistando-se como aprendiz de música no primeiro Batalhão do Regimento nº 5 de Infantaria do Imperador da Áustria, Francisco José.
Pronto da instrução em 20 de Novembro de 1896, passou de imediato ao Regimento nº 2 de Caçadores da Rainha onde permaneceu até 6 de Maio de 1898, tendo nesta data passado à primeira reserva.
Em 1 de Outubro de 1899 foi transferido para o Regimento nº 1 de Caçadores da Rainha e, em 20 de Fevereiro de 1900 passou ao Distrito de Recrutamento e Reserva nº 1 onde se manteve até 6 de Maio de 1903, data em que passou à segunda reserva.
Em 6 de Maio de 1907 foi-lhe dada baixa por ter completado o tempo de serviço activo e de reservas.
A 26 de Setembro de 1909 começa a enviar correspondência para a "Mala da Europa" - que iremos desenvolver no blog sob a etiqueta Mala Posta - o que faz com certa regularidade até 31 de Outubro de 1916, data em que este semanário deixa de ser publicado.
Por volta de 1917 entrou para a Escola Académica de Lisboa, como escriturário, onde se manteve durante cinco anos.
Entrou para a Santa Casa da Misericórdia da Ericeira em Janeiro de 1923 conforme acta de 14 de Março. Já como funcionário da Misericórdia da Ericeira é convidado pelo Dr. Rafael Salinas Calado para organizar o Arquivo da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, o que fez de 2 a 20 de Junho de 1936, e que lhe valeu como apreço, este retrato escrito por Salinas Calado:
"Decifram-se calhaus, restos de cantarias, pergaminhos, bulas, toda a espécie de inscrições, mesmo em cascas de caranguejos. À primeira investida, encolhe os ombros e invariavelmente diz logo: "eu não sei,  mas vamos a ver?... Sabe tudo... e Sabe."
Mestre Jaime com a bengalinha que mais parece uma algália, com os óculos remendados e a beata ao canto da boca, está sempre pronto para cantar de barítono, para arremeter com pedras, com inscrições, ou para comentar velharias.
É o segundo monumento da Ericeira, pois o primeiro é o Pelourinho."
A 11 de Setembro de 1943, ainda ao serviço da Santa Casa da Misericórdia da Ericeira, faleceu aquele a quem todos se habituaram a chamar o "Mestre Jaime".

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